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Indústrias tem dificuldades para atender demanda

Fonte: O Globo
01/12/2020
Geral

Mais da metade das indústrias do país relataram em novembro ter dificuldades para atender clientes, segundo sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta sexta-feira. O percentual de empresas nessa condição chegou a 54%, uma alta em relação ao mês anterior, quando a fatia de fábricas com problemas era de 44%.

O principal gargalo é na obtenção de matéria-prima. Segundo o levantamento, 75% das companhias se queixam de falta de insumos produzidos no Brasil. Em outubro, a escassez afetava 68% do setor.

De acordo com o presidente da CNI, Robson Andrade, os estoques nas fábricas ainda estão baixos, apesar da recuperação da produção industrial nos últimos meses.

"Esse problema está desorganizando as cadeias de produção, repercutindo em toda indústria, criando entraves para a continuidade da recuperação do setor", avalia Andrade, em nota.

Normalização a partir de 2021

A sondagem ouviu 1858 empresas da indústria geral, além de 442 companhias da construção civil entre os dias 3 e 12 de novembro.

A dificuldade para atender a demanda de clientes é de ao menos 50% em 19 dos 27 setores analisados.  O mais atingido é o segmento de móveis, no qual 81% das empresas estão nessa situação. O setor de máquinas e equipamentos aparece em segundo lugar no ranking, com 74% das empresas com problemas.

Já o percentual das que informaram ter dificuldades para conseguir insumos é de ao menos 60% em 24 dos 27 segmentos ouvidos. Nessa lista, o setor de móveis também é o mais prejudicado: 95% das empresas ouvidas afirmaram ter problemas para obter matéria-prima no mercado doméstico. No setor de calçados, o percentual é de 87%.

Segundo os dados mais recentes do IBGE, a produção industrial completou cinco meses de alta em setembro e recuperou as perdas acumuladas na pandemia, mas ainda registra queda de 7,2% no ano. No acumulado em 12 meses, o tombo é de 5,5%.

A expectativa do setor é que a situação se normalize só a partir de 2021. Segundo o levantamento, 47% das companhias afirmam que os gargalos serão resolvidos no primeiro trimestre do ano que vem. Para 32%, a expectativa é que os problemas sejam superados no segundo trimestre. Apenas 4% veem uma normalização ainda neste ano.