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IGP-M: tudo o que você precisa saber sobre a inflação do aluguel

Fonte: E-Investidor
14/12/2021
Geral

Em novembro deste ano, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)  variou 0,02%, após alta de 0,64% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 16,77% no ano e de 17,89% em 12 meses. No mesmo período do ano passado, o índice havia subido 3,28% e acumulava alta de 24,52% em 12 meses. O indicador, divulgado todo mês, tem impacto em diversos setores do mercado.

Saiba o que é o IGP-M, como é calculado, sua influência nos preços e a importância para investidores.

O que é IGP-M?

IGP-M é a sigla usada para o termo “Índice Geral de Preços do Mercado”, que também é conhecido popularmente como “inflação do aluguel”.

Independentemente do nome dado, no entanto, esse é um indicador cujo propósito é calcular a movimentação de valores na economia brasileira, tanto da moeda, quanto dos preços.

Sua concepção surgiu em 1940 como uma medição abrangente que deveria incluir diferentes atividades e etapas dos processos produtivos nos principais setores do mercado.

São medidos desde matérias-primas agrícolas e industriais até produtos e serviços destinados ao consumidor final. Com toda essa abrangência, o IGP-M passa a indicar, também, a média de inflação no Brasil e se torna relevante tanto para indústria quanto para investidores.

Qual a influência do IGP-M nos preços?

O IGP-M serve como referência para reajuste de valores: energia elétrica, telefonia, aluguel, imóveis, entre outros – daí o nome “inflação do aluguel”. Ano a ano, esse valor é utilizado como base para reajustar o custo dos aluguéis, que geralmente têm contratos renovados anualmente.

Serviços como educação e saúde, atualizados com frequência anual, também ajustam seu custo a partir da divulgação do indicador. Se determinado produto ou serviço aumentou ou diminuiu de preço de um mês para outro, certamente houve alta ou baixa do IGP-M no mesmo período. Por isso, ele é considerado um indexador.

Como calcular o IGP-M?

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) é a instituição responsável por calcular o IGP-M mensalmente e, em instância superior, está o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). Então, mês a mês, uma porcentagem é apresentada e, em seguida, utilizada como base pelo mercado em tomadas de decisões e reajustes.

Para calcular o IGP-M, são considerados três fatores com diferentes variações:

- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M): é aquele que monitora variações do varejo, representa 60% do total do IGP-M, sendo o mais significativo entre os fatores que o influenciam.
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M): influencia em 30% o IGP-M final e demonstra o poder de compra em setores como alimentação e saúde.
- Índice Nacional de Custo de Construção (INCC-M): como o nome já indica, monitora o custo da construção de habitação. A sua influência percentual no valor do IGP-M é 10%.

O que é IGP-M acumulado?

Quando é feita a média entre os índices divulgados mensalmente durante todo um ano, o resultado final do cálculo é chamado de IGP-M acumulado. Esse, por sua vez, é tomado como ponto de partida para a revisão de preços e serviços.

Para entender como se chega ao valor do IGP-M acumulado, é preciso entender a lógica para definir juros compostos. As porcentagens de cada mês são multiplicadas e vai se acrescentando uma nova multiplicação a cada nova atualização.

Qual é a influência do IGP-M nos investimentos?

De forma simples e direta, o Índice Geral de Preços do Mercado tem influência em todos os investimentos brasileiros, uma vez que leva em consideração as movimentações financeiras do País. É por isso que acompanhar o IGP-M mensalmente é uma atitude necessária para quem quer proteger investimentos dos altos e baixos do mercado.

Em alta, o IGP-M representa uma desvalorização do dinheiro e diminuição do poder de compra. Os preços do que é oferecido no mercado sobem, enquanto os salários e os rendimentos continuam iguais. Portanto, todos os investimentos afetados pela desvalorização da moeda corrente sofrem alterações.

Geralmente, as aplicações de renda fixa rendem seguindo as variações do IGP-M e de mais um percentual fixo, que é definido na hora de compra do título. Seguindo esse padrão, elas são chamadas de “ações híbridas”.

Normalmente, ações híbridas são bem avaliadas em termos de rentabilidade. Isso porque, quase sempre, rendem acima da inflação e também acima da poupança, ou seja, são seguras contra possíveis perdas dos investidores, e o dinheiro colocado nelas não vai perder valor ao longo do prazo dos investimentos.

Quais investimentos estão atrelados ao IGP-M?

Entre as aplicações mais populares diretamente ao IGP-M estão as descritas a seguir.

1. Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

Com isenção de Imposto de Renda e garantia pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a LCA é uma aplicação no setor do agronegócio que rende com a soma de uma taxa fixa e um indicador que varia. Nesse caso, os indicadores podem ser o IPCA ou o IGP-M.

2. Letra de Crédito Imobiliário (LCI)

Escolhido por quem deseja aplicar no mercado imobiliário sem arcar com o ônus do Imposto de Renda e com garantia do FGC, seu rendimento é dado a partir da soma entre uma taxa prefixada e um índice variável (IPCA, na maior parte das vezes). Em alguns casos, é vinculado ao IGP-M por certas instituições financeiras.

3. Tesouro IGP-M

A relação entre o investimento e o índice já está no nome. O Tesouro IGP-M é uma das opções para quem coloca o dinheiro no Tesouro Direto. Ele tem rentabilidade híbrida: significa que há um valor fixo de juros, estabelecido no ato da compra, que é somado aos juros variáveis do índice.