O número de empreendedores brasileiros com empresas com mais de 3,5 anos cresceu no Brasil em 2021. São 14 milhões de pessoas de 18 a 64 anos, ou 9,9% da população adulta, que comandam um negócio do tipo no país.
O percentual representa uma alta de 1,2 ponto percentual em relação a 2020. Com isso, o Brasil saiu da 13ª posição no ranking de empreendedorismo mundial para a 7ª.
É o que mostra a GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2021 lançada nesta 5ª feira (24.mar.2022). Essa é uma pesquisa global sobre empreendedorismo, que no Brasil é realizada pelo Sebrae e pelo IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade).
A pesquisa considera a taxa de empreendedorismo em 50 países.
De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o fato de os empreendimentos estabelecidos, ou seja, que têm mais de 3,5 anos de operação, é um sinal de que as pessoas que abriram um negócio nos últimos anos conseguiram “sobreviver ao pior” da pandemia.
Programas de acesso ao crédito para micro e pequenas empresas, como o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) também foram citados.
“O crédito é o ponto número 1. A maior necessidade hoje é o crédito, por isso estamos tão focados em irrigar a economia”, disse Melles. Segundo ele, o crédito é uma ferramenta “absolutamente indispensável” para incentivar o empreendedorismo no Brasil, além de auxiliar a criação de empregos no Brasil.
O Pronampe foi criado com o objetivo de facilitar o acesso ao crédito das micro e pequenas empresas brasileiras durante a pandemia. Forneceu R$ 37,5 bilhões em financiamentos em 2020 Em 2021, o governo transformou o programa em uma política pública permanente.
Enquanto a taxa de empreendedores estabelecidos cresceu, a de empreendedores iniciais caiu. Essa categoria reúne os empreendedores nascentes (até 3 meses) e novos (menos de 3,5 anos). Os nascentes continuaram com uma taxa de 10,2%, enquanto os novos caíram de 13,4% para 11%.
Segundo a Sebrae, o fato de os nascentes continuarem no mesmo patamar indica que o empreendedorismo ainda é uma alternativa de ocupação. Tanto com ações informais quanto formais, de acordo com a pesquisa.
Outro sinal positivo, segundo a avaliação é que o empreendedorismo por necessidade caiu. Em 2020, a taxa chegava a 50,4%. Agora, está em 48,9%. Ao mesmo tempo, o empreendedorismo por oportunidade cresceu. Antes, 66% foi a 76% em 2021.
Outro sinal que apontaria para essa mudança no perfil do empreendedorismo brasileiro está na motivação para se começar um novo negócio. Segundo a pesquisa, 76% das pessoas afirmam que a motivação é “fazer diferença no mundo”, em uma queda de 10 pontos percentuais. Já aqueles que empreendem para “ganhar a vida porque os empregos são escassos” caiu de 82% para 77%.