Frente à popularização do Pix no país, bancos e fintechs discutem com o Banco Central (BC) a adoção de medidas adicionais de segurança para tentar frear o aumento dos golpes na modalidade e mitigar riscos para clientes e instituições. Definição do limite original de transação pelos próprios bancos, maior rigor na abertura de contas e ampliação da troca de informações sobre o nível de risco de determinados CPFs são algumas das propostas em debate.
No fim de maio, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a explicitar a preocupação com o tema. Em audiência na Câmara dos Deputados, ele afirmou que, mesmo com todas as medidas de segurança já tomadas, as fraudes continuam ocorrendo e a autoridade monetária quer coibir as chamadas “contas laranjas” — quando alguém abre uma conta utilizando documentos de outra pessoa ou um indivíduo empresta sua conta para um fraudador.
“Uma das coisas que a gente está fazendo é apertando o máximo possível para que os bancos não tenham capacidade de ser hospedeiros de conta laranja ou conta intermediária. Inclusive, a gente vai começar a fazer um processo onde os bancos serão responsabilizados se for feita uma fraude de Pix e eles tiverem uma conta laranja”, disse Campos Neto.
No ano passado, ele já havia dito que o BC estudava mudanças nas regulações para abertura de contas em fintechs e bancos digitais. Na ocasião, afirmou que os grandes bancos tinham um sistema mais lento, porém mais sofisticado. “Custa mais caro, é mais lento, mas é mais seguro para o cliente. A gente vê que tem um número de contas laranjas que são abertas, que estão mais relacionadas a essas plataformas onde o processo de abertura é mais fácil.”